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Rudy Rafael

Cada voto para o PT nas eleições é um voto de absolvição no julgamento do mensalão

Analisando o julgamento do mensalão concomitantemente às eleições fica evidente que o brasileiro faz questão de evocar todo o tempo o princípio in dubio pro cerebrum, pois é humanamente impossível acreditar que um povo que esteja ciente, através da incessante veiculação pelos mais diversos meios de comunicação, dos fatos investigados e denunciados na Ação Penal 470 (mensalão) julgada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) continue votando no Partido dos Trabalhadores (PT), de modo que pelo benefício da dúvida e pela presunção da boa-fé é necessário acreditar que o brasileiro tem um cérebro, por mais que a sua conduta de continuar votando no PT, após tudo o que tem sido esclarecido sobre o mensalão, prove o contrário. É inimaginável que um povo continue votando no mesmo partido político que cometeu o maior crime contra a nação da história de um país, mas no Brasil tudo é possível. Está escancarado o que o PT fez no país através do mensalão, mas o brasileiro continua votando no PT.

Assim fica claro porque não há como se esperar muito do Brasil. Tendo um povo como este, que mesmo sabendo o que o PT fez continua votando no PT, não há como esperar qualquer evolução ou desenvolvimento do país. Da mesma forma que o problema das enchentes são as chuvas, o problema do Brasil são os brasileiros. Uma terra abençoada pela natureza do jeito que é não merecia acolher um povo como este, repleto de cidadãos que não só comprometem a sua própria vida ao votar no PT, mas comprometem a vida dos que não comungam com isto. Sendo a democracia a vitória da maioria este é o risco que se vive. Se a maioria das pessoas, conscientemente, escolhe votar em um bandido, todos deverão aceitar tal decisão, pois a maioria vence. A deturpação do conceito grego de democracia criou o mito de que democracia é a vontade da maioria, tornando legítima qualquer decisão, mesmo que nefasta, por números, mesmo que nenhuma evolução política na sociedade tenha sido determinada pela maioria.

Se a maioria da população brasileira, notoriamente ignorante ao extremo, quiser que um bandido seja o seu presidente, assim será feito e não há quem possa tirar a legitimidade da escolha da população. Apesar de todas as informações trazidas pelos meios de comunicação acerca do mensalão, o brasileiro não visualizou o que de fato o PT fez e tentou fazer no Brasil e talvez ainda demore 500 anos para entender isto. O PT cuspiu em séculos de sangue que o brasileiro verteu para que se criasse a mínima estrutura social que o país possui ao tentar se apoderar do Estado e usá-lo unicamente em benefício próprio. O que o PT fez com o mensalão foi um crime contra a República e contra o povo brasileiro. O PT achou que poderia se aproveitar do Estado assim como um cafetão acha que pode se aproveitar de uma prostituta. O que o PT fez, tentando usurpar o Estado para si, usual conduta da esquerda, é imperdoável. O povo brasileiro não construiu, através de séculos, o Brasil para que o PT o tomasse de assalto.

A cegueira do brasileiro para isto é também fruto de seu pífio estado de espírito. O brasileiro e o pobre em essência, mesmo que seja rico na matéria, vivem o fetiche por dinheiro e acham que tudo é e gira em torno do dinheiro. O brasileiro acha que o único objetivo do mensalão foi o enriquecimento através da, em suma, corrupção, o que não poderia ser mais equivocado. Dinheiro é nada, poder é tudo. Quem acha que dinheiro é tudo é o pobre na matéria e no espírito. O que importa é o poder. Uma pessoa pode ter todo o dinheiro do mundo e não ter poder, enquanto outra pode não ter dinheiro, mas ter poder. Esta, por exemplo, é a condição de certas pessoas que se dedicam a certos caminhos onde não se adquire dinheiro, mas o verdadeiro poder. Com o verdadeiro poder se subjuga quem tem dinheiro, mas quem tem dinheiro não subjuga quem tem o verdadeiro poder. É por isso que pessoas ricas e com o poder investido pelos homens foram subjugadas por pessoas que mal tinham onde dormir.

Viver buscando o dinheiro é estupidez e quem está no poder político bem sabe disso. A turma da esquerda não quer dinheiro, quer poder e enquanto o brasileiro não entender isso jamais se verá livre do partido do mensalão. Eles não estão ali para ficar ricos, estão pelo poder e justamente por isto, por não viverem para o dinheiro, é que chegaram ao poder. Existem pessoas corrompidas pelo dinheiro e pessoas corrompidas pelo poder. Quem foi corrompido aceitando dinheiro em troca de apoio político é o pateta do esquema, pois não entende o que é o jogo do poder, jamais chegará a lugar algum e sempre viverá para esta mediocridade das cifras. É preciso ter a inteligência limitada à de um nematelminto para achar que Fidel Castro, Stalin e Mao Tsé-Tung fizeram o que fizeram por dinheiro. Tudo é questão de poder e o pobre em essência não percebe isto; acha que a corrupção envolvendo o PT foi por causa de dinheiro porque em sua curta visão de mundo o dinheiro é tudo, é Deus.

No que tange ao julgamento do mensalão é preciso ressaltar que o Poder Judiciário é que mantém o Brasil de pé, principalmente por não ser estruturado da forma como são o Executivo e o Legislativo, que seguem a política da imbecilidade, onde o mais imbecil é eleito mediante a identificação do povo, imbecil, com o candidato. No Judiciário não tem disso. Quem está ali, seja juiz, desembargador ou ministro, está por méritos, por sua carreira, não porque milhões de analfabetos funcionais de espírito tacanho o escolheram em troca de esmolas e por isso muito se engana o político que pensa que pode corromper o Judiciário como faz com o Executivo e o Legislativo. O PT pode ter tentado colocar o Legislativo no bolso, mas jamais conseguiria isto com o Judiciário. O Judiciário é a última esperança do Brasil e é a manifestação viva do que o saber pode fazer por uma sociedade, ao contrário do que a ignorância encarnada provou ser capaz quando assumiu à presidência. O Brasil colhe os frutos de ter associado ignorância com humildade e honestidade.

A estruturação do Poder Judiciário, este sendo o último recurso que o Brasil dispõe contra a criminalidade, é uma resposta a todos os canalhas demagogos que fizeram e abraçaram a campanha de que não era preciso deixar de ser um analfabeto funcional para ser presidente da República. As mesmas pessoas que fizeram campanha a favor da ignorância do chefe de Estado agora se escoram na sapiência dos ministros do STF. O Judiciário é que faz o cidadão acreditar que ainda há esperança, pois se dependesse do Executivo e do Legislativo nada iria acontecer. O que o PT, assumindo o Executivo, fez com o Legislativo está provado no julgamento do mensalão e o Judiciário foi o porto seguro do brasileiro. Entretanto, o mesmo povo que agora está compreendendo o papel do Judiciário, principalmente do STF, está traindo o seu salvador cada vez que vai às urnas para votar no PT. Nada adianta o brasileiro abrir a boca pedindo condenações no julgamento do mensalão, que evidencia o que foi feito pelo PT, se depois vota no próprio PT.

Os desinstruídos dizem que “a polícia prende e a Justiça solta” e com isto, com o brasileiro votando no PT, cria-se o “a Justiça condena e o povo absolve”, pois de fato é o que está acontecendo. Cada voto que o brasileiro dá ao PT nas eleições é um voto de absolvição no julgamento do mensalão e cada um que vota no PT não pode reclamar, sob pena de evidenciar-se um hipócrita ou um imbecil, de qualquer voto de absolvição ali, pois cada vez que vota no PT está fazendo o mesmo e está, na medida em que demonstra ser a favor do partido do mensalão, sendo a favor do próprio mensalão. No caso do mensalão, não se trata das pessoas físicas, os réus, mas do partido, o PT. É preciso que o brasileiro entenda com qual propósito os réus fizeram o que fizeram e a quem objetivavam, por fim, favorecer. O que foi feito através do mensalão foi com o intuito de favorecer o PT, de modo que o partido se perpetuasse no poder, perpetuação já vista em outros países dominados pela esquerda. Achar que tudo aquilo foi feito apenas por dinheiro é muita estupidez.

Apesar de tudo o que foi exposto sobre o mensalão, importa frisar que a grandeza de espírito também se expressa em não fazer ao outro aquilo que ele faria com o próximo. Vergonha não é qualquer absolvição em um julgamento, vergonha é a demente associação entre justiça e condenação, como se apenas houvesse justiça se houvesse condenação. Por isto todos os réus têm o direito de serem absolvidos, bem como todos os ministros têm o direito de absolvê-los. Do contrário não haveria a necessidade de um julgamento, bastando apenas a execução sumária da pena. O julgamento justo, com o direito ao contraditório e à ampla defesa, bem como o mais amplo e irrestrito respeito a cada voto absolutório de cada ministro, mostra que o Estado não fará com o pessoal da esquerda aquilo que eles fariam com os outros se estivessem no poder da forma como pretendem. É de se questionar ao pessoal da esquerda que reclama do julgamento do mensalão se eles prefeririam responder um processo criminal pelas regras de Fidel Castro, Stalin ou Mao Tsé-Tung.

Se um réu corrompeu um legislador com o intuito de obter apoio político ao PT é óbvio que o problema principal é com o PT e não com o réu. Achar que algo pode mudar no Brasil apenas pela condenação de alguns réus do mensalão é ser muito pequeno. O principal objetivo do mensalão foi favorecer o PT e o PT continua no país, disputando eleições e recebendo votos do povo e o prestígio político adquirido pelo PT mediante o apoio que obteve por corrupção não pode ser utilizado para coisa alguma, pois está viciado. Para o pessoal da esquerda, sacrificar-se pela “causa” não é missão das mais difíceis e é óbvio que se alguns tiverem que assumir tudo sozinhos pelo bem “da causa” o farão. Outrossim, a decisão que o brasileiro tanto quer no julgamento do mensalão nada significará se o povo continuar votando no PT. A maior resposta que o Brasil pode dar ao mensalão não é a condenação de um ou outro réu, mas a mais absoluta rejeição do PT nas urnas. O que vai fazer o PT parar é o fracasso nas eleições.

A ação penal que diz respeito ao mensalão nasceu, cresceu, se reproduziu e morrerá de mãos dadas à frustração, haja vista que faltou alguém, o principal, no banco dos réus. A ausência do número 1 frustra, mas sabendo que o número 2 está presente surge a esperança de que um dia o Brasil possa dizer “chega” aos números 1. Seguindo a lógica de dar um passo de cada vez, dependendo do despertar da consciência da sociedade brasileira, que deverá ver além e perceber que o problema é o partido, pode-se esperar que algo venha a melhorar, apesar de que os votos para o PT nas eleições continuem dizendo o contrário. A corrupção no Brasil infestou o quanto pôde o Executivo e o Legislativo e após a contaminação imensurável de tais poderes foi ao Poder Judiciário que o país recorreu e encontrou amparo. A república esteve em risco e o Judiciário foi a salvação do país, cabendo agora ao povo brasileiro dizer, nas urnas, que não aceitará que partido político algum tente solapar a estrutura do Estado. O Brasil é dos brasileiros, não do PT.

As eleições no Brasil jamais tiveram tanta importância quanto após o escancaramento do mensalão. O Brasil ainda está estruturado de forma que o povo ainda pode tentar dizer algo. Escolher em quem votar não teve e jamais terá importância, pois de fato, neste sentido, nada mudará; o sistema democrático é corrupto por natureza, mas, agora, deixando de votar no PT o Brasil pode mostrar, como jamais teve a oportunidade, que não aceita a tentativa de usurpação do Estado por partido político algum. A força verdadeira que o PT tem é aquela que o povo brasileiro lhe dá através das urnas. Se o PT não estiver mais no poder ele não poderá mais fazer o que fez no caso do mensalão. O objetivo do PT é perpetuar-se no poder, assim como todos os sistemas de esquerda instituídos no mundo e o modo do Brasil dizer um “não” a isto é através das eleições. É hora de o Brasil fazer, democraticamente e de forma justa e perfeita, com que o PT desapareça deste país, com a absoluta rejeição nas eleições. Esta é a marcha dos brasileiros pela liberdade.

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